O que a taxa selic tem a ver com a minha vida?

De tempos em tempos somos surpreendidos no meio do jornal com a notícia sobre essa tal de “Taxa Selic”. É sempre a mesma história: ela pode subir, baixar ou ficar na mesma que eu continuo sem entender.

Sem a pretensão de tornar esse texto um guia de economês, vamos passear pelo assunto para deixar mais clara a importância dessa taxa e explicar como ela tem influência direta sobre a sua vida. A parte técnica vamos deixar aos diversos outros textos que você pode acessar “dando um Google”.

Em termos práticos, a Taxa Selic representa a taxa base de todas as operações que envolvem juros no Brasil, como empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Isso significa que quando a Taxa Selic sobe, a tendência é que as taxas utilizadas pelos bancos para conceder empréstimos, financiamentos, juros de cartão de crédito e cheque especial também ficam mais altos. Ou seja: você vai pagar mais para tomar dinheiro emprestado.

Em contrapartida, neste mesmo momento em que ela está em alta, os investimentos que tem a Taxa Selic como base tendem a render mais, porque as taxas estarão elevadas. Ou seja: seus investimentos em renda fixa vão render mais.

O contrário também é verdadeiro: Selic em baixa é igual a crédito mais barato (juros mais baixos) e rendimentos mais baixos na renda fixa.

Aprofundando um pouquinho mais, o governo também utiliza a Taxa Selic como um meio para o controle da inflação e a lógica é essa:

– O que impulsiona a inflação é basicamente o nosso consumo e o motor desse consumo é a oferta de crédito na forma de empréstimos, financiamentos e etc.. É quando a população tem mais “acesso ao dinheiro”.

– Quanto mais barato o crédito, mais a gente consome, e vive versa.

– Quanto mais consumo, maior a demanda por bens e serviços, o que faz com que os preços aumentem.

– Com o crédito mais barato (juros baixos) e os preços subindo (inflacionados), o governo usa a Selic para frear esse processo, aumentando a Selic, ou seja, deixando a taxa de juros mais cara para frear a oferta de crédito e o consumo, que por sua vez contribui para segurar a inflação.

– O contrário também acontece: com o governo atuando para diminuir a taxa de juros para aquecer a economia e impulsionar o consumo.

A Taxa Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM – Comitê de Política Monetária, por isso de tempos em tempos você ouve falar dela. Mas agora você já sabe: quando receber a notícia de alta da Selic, já pode se preparar para um aumento nas taxas de juros em geral, ou seja, já fica sabendo que pegar dinheiro emprestado vai ficar mais caro.

Mas se a notícia for de baixa, pode ser uma boa oportunidade para renegociar empréstimos e financiamentos que você tenha feito em momentos em que as taxas não estavam tão atrativas.

No que se refere aos seus investimentos, a lógica é parecida: com a Selic em alta você já sabe que seus investimentos em renda fixa lhe trarão mais retorno, mas quando ela estiver em baixa, significa retornos menores e a necessidade de rever a sua estratégia e entender se ela ainda está adequada.

Lembre-se: não dá para “investir na Selic”, porque ela é uma taxa. O que você pode fazer é escolher investimentos que tenham a sua rentabilidade atrelada a essa taxa.

Entender o que são essas taxas e como isso impacta na sua vida é um passo importante para fazer escolhas mais conscientes para o seu dinheiro!

Até a próxima!nn

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